3 - Mapeamento de Identidade
Mapeamento - Quem sou e para quem ser.
O que sou eu? O que é uma identidade? Poderia dizer o que é a forma na qual eu me enxergo, porém isso não significa que seja a mesma forma na qual outros podem me ver. E identidade, inevitavelmente, é algo relacionado a outras pessoas, uma vez que é com base em fatores externos que moldamos uma identidade. Por vezes de forma reativa, tentando uma afirmação de ser algo diferente do esperado, e por vezes de forma harmônica, tentando cumprir com expectativas.
Surge então a questão central: quem sou “eu”? Como identidade é algo relativo a terceiros, talvez por meio deles seja possível mapear os contornos da minha identidade, e determinar quem sou eu. Começarei por laços de sangue.
Sou filho do meu pai e da minha mãe, neto da minha avó, primo de meus primos e primas, sobrinho de meus tios e tias, e… no fim, mapear por sangue é um tanto superficial, ainda mais considerando que existem relações de sangue com pessoas com as quais não me importo ou sequer conheço. Indo, então, para além do sangue.
Para meus professores, um aluno (geralmente exemplar). Para meus amigos, algo que varia de uma pessoa grossa e brutalmente honesta para alguém quieto e introvertido, por vezes talvez gentil, dependendo de a quem perguntar. Para minha namorada, um companheiro que vai em rolês aleatórios toda vez que ela chama. Sou voluntário em alguns projetos, como no Debian, então nestes sou considerado um membro de um time; para dentro do time sou apenas alguém aprendendo o básico, enquanto para pessoas de fora, sou um programador.
Sou também um pesquisador, aos olhos da minha família e amigos, e apenas um aluno - provavelmente um dos mais lentos que ele já orientou - aos olhos do meu orientador. Sou matemático para qualquer pessoa que não curse matemática ou que não possua conhecimentos considerados “avançados” para o público geral, mas menos que um amador perto a matemáticos reais. Algo similar, porém em menor escala ocorre quanto à programação, dado que mesmo que ainda não esteja nem perto de me formar, ainda possuo conhecimento extensivo que compreende boa parte do que as ementas das disciplinas da universidade podem cobrir.
Para pessoas diferentes, um “eu” diferente. Eu sou, então, ator, como todos são, ao passo que ser depende não tão somente de mim, como também do outro aos olhos de quem sou.